Avaliação auditiva do recém-nascido/Triagem Auditiva
O impacto da deficiência auditiva no desenvolvimento da criança e suas consequências nas diversas etapas de sua vida fazem com que quaisquer alterações auditivas, e não apenas as perdas auditivas acentuadas, devam ser valorizadas.
Estima-se que em recém-nascidos considerados de baixo risco (para desenvolvimento de deficiência auditiva bilateral), esta esteja presente em 1 a 3 neonatos a cada 1000 nascidos vivos. Essa incidência aumenta consideravelmente no chamado grupo de risco. Portanto, o diagnóstico precoce torna-se muito importante, visto que entre todas as doenças congênitas, a perda auditiva é a mais comum.
Como principais indicadores de risco associados a deficiência auditiva podemos citar: preocupação dos pais em relação à audição e atrasos do desenvolvimento de fala, história familiar de perda auditiva, internação em UTI, infecções intrauterinas como citomegalovírus, rubéola, sífilis e toxoplasmose, aumento da bilirrubina, uso de drogas ototóxicas, entre outros.
A Triagem Auditiva Neonatal (TAN) tem como objetivo identificar, logo ao nascimento, os recém-nascidos (RN) passíveis de serem portadores de uma deficiência auditiva. Para que todos os RN sejam identificados, faz-se necessário que a avaliação auditiva seja universal, ou seja, realizada em todos os RN, e não somente naqueles considerados de risco para desenvolver a perda auditiva. Daí o termo TANU- Triagem Auditiva Neonatal Universal, mais conhecido como TESTE DA ORELHINHA.
Os testes utilizados são as Emissões Otoacústicas e o BERA (Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico), que são testes não invasivos e relativamente rápidos.
Entre 1998 e 2004 foram aprovadas leis estaduais e municipais tornando obrigatória a triagem auditiva neonatal universal. Porém em 2010 este direito passa a ser garantido pela Lei Federal nº 12.303.
A implantação de programas de TANU (Triagem auditiva Neonatal Universal) exige que o profissional atuante nesta área tenha formação específica e seja bastante experiente, visto que estará avaliando crianças em idade em que não há desenvolvimento motor, linguístico e cognitivo necessário para responder adequadamente aos testes comportamentais.
O que se espera é que o diagnóstico e a intervenção na deficiência auditiva devem ocorrer nos primeiros meses de vida.